Não é necessário que saias de casa. Fica
à mesa e escuta. Não escutes, espera apenas.
Não esperes, fica em silêncio e só. O mundo
virá oferecer-se a ti para que o desmascares,
não pode fazer outra coisa, extasiado, ´
contorcer-se-á diante de ti.

Franz Kafka, "Aforismos"


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

o moinho gira
sem que de vento nada
e gira só por o imaginar

na rocha onde me estendo
ainda que não enganando o Sol
a minha sobe e desce um pó que se elimina

não me custa ver o moinho assim
mesmo sabendo que apenas por meus olhos gira

já não, mas gira

terça-feira, 18 de setembro de 2012

é só
que a solidão e o silêncio
se revelam mais inatingíveis


um nunca está só
quando as faces se tornam idênticas
os lugares marcados pela mesma ausência

correr para a confusão alheia
não é mais do adiar esse reencontro
certo em suceder-se



segunda-feira, 17 de setembro de 2012

talvez deva saltar
ver o muro aproximar-se
sem ligação ao meu mover
e sem olhares denunciantes
apoiar-me por inteiro no gradeamento
e aterrar as solas e alguns dedos
nessa nova calçada

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

da suposta ilusão das emoções


a solução seria ter a capacidade de
com um movimento rápido e decidido
abrir o meu corpo e arrancá-lo, sem hesitações

observaria sem nada dizer o sangue
a escorrer entre os dedos e tudo a manchar
as minhas mãos a surpreenderem-se com a forma

poderia, enfim, descansar
a circulação parava em menos de um instante
e livrar-me-ia da massa de ar que usualmente inspiro

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Uma ausência, quando é sentida, nunca é uma ausência. Tal como um afastamento. Não acredito em curas de tempo, em especial quando este deixa de existir. E esperar que o tempo ressurja não é mais do que dormir indefinitivamente. Vivendo num misto de sonhos que não se realizam e pesadelos diários, alimentados por essa mesma indefinição que é a não-presença de alguém de quem ainda não nos conseguimos separar, mesmo que o que se tenha tido não seja mais do que silêncio.


e, de repente, uma pessoa muda a direcção do olhar
razão nenhuma para tal, por vezes a procura duma posição
e ao mover o olhar algo, ou nem necessariamente algo
poderá ser apenas um corte com o momento anterior
mas o nosso coração salta, pelo menos o meu sim
a própria respiração parece querer agarrar a nova dimensão
mas o curioso é que a maior parte das situações nada
ou talvez até nem seja assim tão curioso como digo
mas o que me acontece é que após o inquirir que surge
reparo que as diferenças para a situação anterior são diminutas
e tendem a encurtar-se cada vez mais, alongando assim
o momento anterior, apenas com um sobressalto pelo meio
e é todo o peso que ressurge, apertando, levando às últimas
sempre assim, com os sons ínfimos de volta, a espessura do ar
merda para a espessura do ar, para os seus gases e partículas
para esta respiração continuamente descontrolada
até uma nova descontinuidade, já que por agora
sem esperanças para um virar de páginas completo
a atravessar o lago
notei os meus pés algures
isto porque a temperatura sentida
em especial à hora em questão
não me impedia de mover

ainda que, só um pouco depois
acabei por olhar para baixo
e reparei que nada mais da cintura para baixo
do que partículas de ar entre mim
e o plano de água

acabei por continuar
até porque nem lhes sentia assim tanto a falta
e, inclusive, passado algum tempo
enquanto seguia o reflexo que surgia desde a margem
acabei por me habituar à sua ausência

eram as árvores, julgo que eram as árvores
mais concretamente traços das suas copas
e um pouco do tronco, o que via
ainda que não fossem essas imagens, decerto
a origem das falas em tom de assobio

no entanto, tenho de o admitir
também não eram esses sons que me apoquentavam
se havia alguma coisa sequer que o chegava a fazer
e, como última recordação, antes do recuperar do meu corpo
tenho apenas a rocha sobre a qual me encostei antes de fechar os olhos


terça-feira, 11 de setembro de 2012

a porta fechou-se em estrondo
o que me faz sobressaltar
os pés ganharam vida e rodei de imediato o pescoço
decerto o vento, solto por aí
ninguém que tenha notado e um frio de repente


__________
À navegação: as coisas voltaram a complicaram-se, e eu também já deveria saber que não posso prometer aquilo que nem sequer de forma auto-consciente poderá depender de mim. Mas não se habituem, assim também o espero.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

para uma práctica da não-comunicação





Isto tende a tornar-se hábito, espero que me perdoes. A porta não estava trancada e acabei por me decidir a entrar.. ninguém respondia. Não estou certo que tenhas ouvido, talvez a música que saí do teu portátil, ali ao canto, não o tenha permitido. Entretanto, sento-me aqui no chão, encostado ao sofá, como gosto, pensando no que depois te direi após um pequeno fôlego... espero não incomodar. Vim a andar desde casa e sinto-me um pouco cansado. Reparei da rua que mantens o hábito da janela aberta... imaginava-te na varanda, mesmo não te tendo visto. Não sei se alguma vez te contei, mas gosto especialmente da sensação de ouvir os carros passar, ou qualquer outro ruído constante que se torna ao mesmo tempo distante, incapaz de galgar paredes ou, por exemplo, subir este prédio e saltar a varanda. Mas o que estou eu para aqui a pensar... e porque ainda não te disse nada desde que me sentei?, mantendo-me para aqui a inquirir o chão. Ahh!, agora reparo... estás concentrada nalguma foto que pensas tirar, ou será que simplesmente tens a máquina contigo, como que esquecida, mas pronta para disparar a qualquer instante. O que estás a fotografar?
Não sei se te conte, mas durante todo o caminho não pensei em mais nada. Até aqui chegar deparei-me apenas com uma face, uma fachada que se repetia em todos os edifícios, independentemente da altura ou função, a calçada apresentava constantemente buracos surpreendentes, nas montras o mesmo produto repetia-se, ao atravessar a passadeira que me acompanhava sempre o mesmo veículo a parar, rès-ves às minhas pernas mas longe apesar das buzinas e dos punhos que erigia. Não sei como reparei na tua porta, ainda que me lembre de a primeira distinção ter sido a tua janela aberta. Não me lembro de quanto tempo demorei até aqui chegar. Ela não me disse nada não, eu também estou preocupado. Achas mesmo que é isso? E como te dizer que não consigo pensar senão nos teus lábios quando falas? Provavelmente tens razão, mas não é fácil dizer-lhe isso... para além de que, já o deves saber, não consigo ter uma visão tão dicotómica. Não, com isto não estou a defender ninguém, acredita que não. Mas bem, ia-te contar da minha vinda até cá, do que me aconteceu quando vinha para cá. Em relação à minha vinda até cá tenho a dizer que não faço a menor ideia do que pretendes fotografar, se fotografar pretendes sequer. O teu rosto esconde-se na direcção dessa janela mas dos teus olhos nada, impossibilidade física de me encontrar onde me encontro, estás de costas voltadas para mim. Estará a câmara esquecida nas tuas mãos, será que deverei dizer-te que te esqueceste de uma câmara nas mãos? Estupidez minha, decerto tu à espera de alguma coisa, talvez um pássaro que suba, uma parede que mude de significado numa outra perspectiva. Talvez se eu me mover um pouco perceba, espero não te desconcentrar com o barulho que faço ao mover-me, com o meu próprio movimento. Se por acaso eu numa qualquer sombra, a fazer alguma sombra, simplesmente diz pira-te daí, que eu, como é óbvio, piro-me. Espero não estragar uma possível foto ao perderes uma perspectiva.
Mas estava-te a falar da minha viagem até cá... Pois bem, como deves saber ainda não me oriento muito bem por estes sítios, e com a minha habitual tendência para  a dispersão acabei por andar uns quantos quilómetros a mais até aqui chegar. Esta zona apresenta ruas muito parecidas, é estranho. Dás por ti e vês-te no mesmo local, ou no que julgas ser o mesmo local por onde supostamente havias passado. Não, não te preocupes, estou bem assim, obrigado... ainda a recuperar o fôlego. Ah, as ruas, sim, as ruas.. andei devagar, sempre inquirindo os nomes que surgiam de qualquer placa ou sinal, a largura das estradas, a morfologia do edificado, questionando-lhe se por acaso não teria becos, caminhos repetidos como destino. Acho que acabei por reconhecer um ou outro local, ou pelo menos pareceu-me reconhecê-los não sei ao certo porque razão, talvez já tenha passado por eles em uma qualquer ocasião, uma passagem de carro, um postal, uma saída de qualquer tipo. 
Não sei se me apetece. Um suspiro... Tens razão, devo ser eu a implicar, provavelmente até posso estar a levar-me por uma qualquer imagem pré-concebida, algo que eu odeio fazer mas a que também não sou imune. Não, assim acho que não me conseguiria divertir, e iria ser um fardo para vocês. Convidaram-te, foi? Também me parece, mas, mesmo assim, acho que devias. Estás completamente absorta, não faço é a menor ideia onde. Não sei ao certo porquê mas lembrei-me de agora de uma coisa, não sei se te lembras-te de eu sentado ao teu lado numa manhã, após ter aparecido um pouco mais cedo ou talvez tu atrasada, já não sei há que tempo, ainda que me recordo de fazer-te sorrir com as parvoíces que ia dizendo, ainda que  tu depois me tivesses tomavado como culpado dos minutos a mais e de qualquer erro na maquilhagem. Como eu adoro esse momento, a observar-te, sem que tu me censurasses o olhar, ora no espelho, ora directamente na tua face, inquirindo eu que mistérios seriam esses que causavas com as tuas mãos, parece que feitas de propósito para tal acção, e que fazem surgir, a pouco e pouco, novos olhos, novas sobrancelhas... Admirou-me essa metamorfose, dado que tanto gostava do ponto de partida como do de chegada, ainda que, lembro-me bem, não tivesses gostado que eu igualiza-se os dois momentos, talvez pensando que eu responderia por responder, incapaz de saber observar a diferença, não fazendo tu a mais pequena ideia de que género era a minha admiração.
Esta aí alguma coisa? Esse levantar do queixo denunciou-te. Irás fotografar agora? Sim, ouvi... tu também? Não, só agora. Achas que é algo lá fora? Vou ver. Estás mesmo absorta, nem te levantas, não alteras o equilíbrio, nem comigo a passar quase em cima de ti, nem ao perguntares-me o que poderá ser este barulho. Não, nada. A sério, não vejo nada. Também me parece estranho mas juro-te que nada. Nota-se que uma ou outra pessoa andam de forma estranha. Uma delas vai andando e virando constantemente a cabeça para trás, mas não vejo nada. Provavelmente algum carro, o qual já deve ter cruzado a rua. Porque tens este candeeiro ligado, em plena luz do dia, semi escondido pelos cortinados, junto à janela? Provavelmente não me responderias mesmo que te perguntasse. Ainda que, tenho de conceder, mesmo assim tens a sala pouco iluminada. No café do outro lado da rua?, espera. Bem... estão duas pessoas numa mesa, frente a frente falando uma com a outra, junto ao vidro. Daqui não consigo ver mais ninguém. Achas que o barulho pode ter vindo de lá? Continuas imóvel, e nem uma palavra.
Esta foto que tens na parede é nova, não é? Bem me parecia, não a estava a reconhecer. A cara atrás da máquina, o cabelo encobrindo a face e a máquina, a cair, metade atrás do ombro outra metade à frente, uma perna cruzada que faz subir a roupa e põe a nu pouco mais do que o calçado usado. O corpo ligeiramente inclinado procura algo que a fotografia não revela. Os membros parecem estar em auxílio a uma qualquer divindade, encarregados do principal objecto sagrado. No chão algo perdido, nota-se que se trata de um espaço degredado, ou, talvez, abandonado. Um objecto que não sei explicar à sua frente, a cair pela imagem. Na foto alguém exterior ao ambiente envolvente, não se sabendo se introduzindo conflito a sua presença ou a representação posterior a ser revelada através da câmara, talvez as duas. Uma presença que apesar do possível cuidado nos seus movimentos capaz de alterar à posteriori a disposição do espaço, a forma dos objectos, mesmo quando distante. Ias dizendo? Ah, desculpa, tinha-me esquecido da luz. Essa máquina não ajusta muito bem a luminosidade existente, pois não? Sim, sim, eu tenho noção que mesmo assim é bastante melhor. Estava a falar só por falar. A falar que caso tu fotografes de certo uma borboleta surge debaixo das tuas mãos. Vai daí talvez não uma borboleta, porquê uma borboleta afinal?, és capaz de me responder? Qual é o modelo, sabes? A borboleta fora da equação. De facto, a borboleta para quê?, estupidez minha. Sim, é óbvio que sabes, perguntei por perguntar. Não, tudo bem... porquê? Da borboleta nada, necessidade nenhuma, acrescento algum. Borboleta fora.
Espero que o meu movimento ao voltar onde estava não te incomode. Agacho-me de novo junto ao sofá, como bem gosto. Pernas cruzadas, ideias para esconder as mãos quando a mais, quando não irrequietas por mim, galgando a minha face, apertando o meu cabelo. Como dirias a alguém? Não sei ao certo como o pôr e não sei se tenho mais medo que não compreendas esta minha dúvida ou, mesmo se a compreendas ou não, será que após ter dito o que queria dizer, ultrapassando assim esse primeiro ponto, me pedirias para repetir, como seu um erro meu no discurso, uma oportunidade para dizer que, afinal, estava a brincar, deixa para lá. Mas bem, é um pouco como aquela sensação que se apodera de ti e que parece apenas passível de ser derrotada ou pelo desespero ou por uma situação fortuita que a possa desbloquear. Vou tentar ser mais claro, enquanto te vejo, assim, sentada, imersa nos teus pensamentos, o que faz com que a minha certeza de que era sobre ti que queria falar se redobra. Não sei ao certo se já notaste algo, ou se haverá algo por notar, como sejam estes movimentos mais rápidos e desconexos por parte das minhas mãos, mesmo quando sentado como estou agora, dono de um olhar à procuro de um foco pelo chão, juro que qualquer coisa perdida por aqui. Bem, mas agora que penso que melhor, talvez até não seja sobre ti que queria falar. Quer dizer, não só sobre ti, ahh ...,  parte difícil agora, bem, como o dizer..., era sobre ti e o que poderia ser um nós, caso tenha eu sorte em que tal ser se materialize. Não me pareces estar a achar muita graça, e a verdade é que quanto mais te vejo a brincar com a câmara e a imaginar as tuas futuras fotos mais medo tenho de te dizer algo, de quebrar esta aparente harmonia com conversas que apenas sei ter comigo, perdido a imaginar, mas que facilmente me tendem para uma voz gaga e hesitante. Ahh?, não não, obrigado, estou bem assim, não é preciso nada, a sério. O que é mesmo que estás a pensar fotografar? Incrível como esta sala pequena de repente. Os móveis não cresceram? Ah!, sim, claro, parece-me óptimo. Não, falo a sério, em especial pelo contraste. Sim, pelo contraste, tanto em relação à cor como ao que pretendes representar, não te parece? A sério que não mudaste os móveis?
Ah, a minha viagem de hoje. Bem, tu sabes, nada de especial, e acabei por nem me perder muito. Juro, foi um instante até cá chegar. Provavelmente deixarás de me falar, nem que digas que seja só por um momento, talvez até as coisas acalmaram, demorem o tempo que for necessário, e tudo será como dantes como se de um pequeno corte temporal se tratasse. Talvez, quem sabe, uma história que dará para rir no futuro. Apenas no futuro, que isso fique bem claro. Agora... quem chegará mais depressa ao futuro? Verdade que caminhos mais longos, mais curtos, andar para a frente, para trás, parado, mais depressa, mais devagar. Baixas a câmara? Vais a algum lado? O que procuras, aí?, na varanda. Inclinas o teu corpo e apoias-te na grade da varanda... para onde olhas? Agora baixas o olhar, noto que torces o lábio. Levantas um pouco o joelho, consequência de um pequeno rodar que infliges ao teu pé direito, não sei se conscientemente.
Não te posso pedir que te sentes aqui, no chão, encostada ao sofá, ao meu lado. Eu não posso intrometer-me nessa varanda, seguir o teu olhar. Para além de um acesso não permitido, vejo-me aí e aposto que nem um pio, sem coragem para perguntar e tu, como vais? Aposto que diminuaria uns 10 centímetros numa fracção de segundoAcho que seria capaz de esquecer por instantes o que tenho acumulado e acumulado e nada ter sido capaz de articular, para poder ouvir-te um tempinho, isto caso necessitasses. Acho, pois talvez não fosse capaz, ou então guardaria tudo para depois, assim me fosse possível. Ainda que provavelmente esteja para aqui a imaginar coisas. É verdade, existem pensamentos, imagens que aqui e acolá me invadem, sentimentos, mas como ordenar tudo isto? Repito o teu nome em voz baixa mas assertiva quando não o podes ouvir. Respiro ofegantemente, como talvez já tenhas notado, mesmo daí onde te encontras, e, por vezes, tenho vontade de partir alguma coisa, de agarrar em alguma coisa e... Fazendo fé às sensações que tenho não tarda vomito. Há lavos de tensão que me paralisam. Uma sensação de fraqueza nos membros, com especial destaque para os meus pulsos, demasiado fracos para articular as minhas mãos. Há um calor que me invade o coração, por uma artéria qualquer repleta de espinhos. Sinto um medo dos demónios, vontade de me desligar do resto. Tenho granadas pelo peito, acabadas de acordar, não sei quando param e se sequer deixarão destroços. Ouviste? O barulho de novo?, o que havia de ser? Pareceu-me ouvi-lo de novo.




P.S. Agora perdoe-me, mas vou arrastar-me por aí. Como muletas Philippe Garrel, Vodka (muita Vodka), becos duvidosos apenas com uns candeeiros muito espaçados como companhia, e o que me resta de me lucidez para tentar evitar a tentação de superfícies cortantes. As sensações passaram de uma violência intermitente para uma melancolia constante, um peso constante, um aperto que por vezes me paralisa. A resposta também terá de ser diferente. Continuo na merda, bem verdade, mas agora já sem vontade nenhuma de escrever, de falar, de ouvir. Estou a absorver tudo, em frequências que só eu capto. Tenderei a ficar bastante susceptível, facilmente irritável se passado um certo limite, limite esse em constante mudança. Cada poro do meu corpo é tensão, e apenas momentaneamente adormece ou luto para a disfarçar. Passou o tempo em que seria capaz de lidar com isto e sentir-me capaz de seguir em frente, de ultrapassar esta fase. Agora, já não.