tag:blogger.com,1999:blog-76407693533628354792024-03-14T07:33:34.756+00:00Subconscient TruthN Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.comBlogger483125tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-81134781588736589662013-06-30T02:06:00.001+01:002013-06-30T02:06:12.663+01:00serás outra<br />
és outra<br />
apenas estas palavras<br />
que do lado cobarde surgem<br />
chegam para, aos meus olhos, seres outra<br />
<br />
já não o teu sorriso<br />
mas tu em palavras minhas<br />
(essas que nem minhas realmente são)<br />
e em palavras minhas nunca tu<br />
nunca tu na tua cumplicidade<br />
(e agora fecho os olhos, recordo<br />
a alma aconchega-se e sorrio levemente, sem rir)<br />
<br />
não cheguei à tua mão<br />
e a porta, quem sabe se para sempre<br />
separo-nos<br />
(paro... como parei<br />
os lábios lacrimejam<br />
a minha boca já não minha mas de outro estado qualquer<br />
e as lágrimas que os nervos e mãos procuram esconder<br />
no segundo seguinte às últimas palavras que te dirigi)<br />
<br />
deverei transformar-te, em palavras difusas e não (inteiramente) minhas<br />
ou incomodar-te, pedindo-te, inteiraN Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-75740041664116567642013-05-31T03:23:00.002+01:002013-05-31T03:23:28.041+01:00arder pela resposta e/ou arder pela dúvidaN Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-45773454239569075952013-05-28T00:17:00.002+01:002013-05-28T00:17:58.120+01:00Ane Brun - To let Myself go <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/Tm2HRG2w5XU?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
To let myself go<br />
To let myself flow<br />
Is the only way of being<br />
There's no use telling me<br />
There's no use taking a step back<br />
A step back for me...N Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-9108775695267965442013-01-02T00:37:00.001+00:002013-01-02T00:37:14.086+00:00Ane Brun - 'Rubber & Soul' <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/xF92Q884ezE?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<br />
In my mind I'm crawling on your floor<br />
Vomiting and defeated, total absence of grace<br />
Your reluctant voice saying<br />
You decide your own fate<br />
<br />
But I wear rubber bands 'round my soul<br />
They keep me from crawling<br />
And these rubber bands round my soul<br />
They keep me from falling<br />
<br />
In my repeated dreams<br />
You stare at me with an empty gaze<br />
You turn your back on me<br />
And you search for more intriguing days<br />
<br />
Loathing this, controlling this<br />
Let me get a hold of this<br />
<br />
So I wear rubber bands round my soul<br />
They keep me from crawling<br />
And these rubber bands round my soul<br />
They keep me from falling<br />
<br />
And then when you are not<br />
In my dreams and not in my mind<br />
But we are at the same place at the same time<br />
Rubber no longer holds the borders of my soul<br />
N Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-34985157645343885042012-12-26T01:44:00.000+00:002012-12-26T01:46:01.093+00:00João César Monteiro - Passeio com Johnny Guitar <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/WoQF6eEakgU?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
Ver César Monteiro é, para mim, vencer a vida, mesmo sem ter a necessidade concreta - seja isso o que for - de nela entrar materialmente. A inquietação dá lugar à ironia, e posteriormente a um misto de tranquilidade e lucidez, mesmo que se possa considerar ilusória. Durante alguns momentos, como nos cigarros, janelas e dedilhares nesta curta, o confronto que tenho comigo próprio ocupa-se não de resolver os possíveis problemas, mas, bastante mais interessante, reduzi-los, relativizá-los, ridicularizá-los até, pois que melhor se pode fazer das nossas próprias inquietações. Não descartá-las, mas colocá-las noutro plano. Pensá-las, sem pensar. Estando consciente, sem estar.</div>
N Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-77693227922998659992012-12-13T21:49:00.001+00:002012-12-13T21:49:54.599+00:00<br />
Vejo-te um pouco como se já não houvesse<br />
uma casa para nós. As grandes perguntas estão aí<br />
por todo o lado, onde quer que se respire, dentro<br />
dos próprios frutos. É o começo da noite<br />
e os cinzeiros já estão cheios de meias palavras:<br />
porque escolhemos tão pouco<br />
aquilo que nos pertence?<br />
<br />
Vejo-te de olhos fechados enquanto me confiavas<br />
a tua história – à mesa da cozinha, quase um espelho,<br />
quase uma razão. As minhas canções preferidas<br />
pareciam convergir para ti a certa altura, dir-se-ia<br />
que te vestias com elas. E no entanto<br />
como se apressaram as grandes florestas a invadir<br />
as gavetas, como misturaram as raízes<br />
no eco que fazia o teu desejo contra mim.<br />
<br />
Rui Pires Cabral<br />
in A Super-Realidade<br />
N Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-43990035480996244482012-11-24T22:01:00.001+00:002012-11-24T22:01:26.644+00:00as pernas da mesa uma outra função<br />
após extensão do membro<br />
(as pernas da mesa igualmente membro<br />
durante a passagem para nova categoria)<br />
<br />
corpo decorativo em forma de lascas<br />
lascas circundando o que até então figura geométrica<br />
definida, forma e uma sombra como extensão dessa forma<br />
que agora sombra nenhuma dado que colado ao chão<br />
<br />
<br />N Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-75130939123867850292012-11-23T22:08:00.000+00:002012-11-23T22:08:22.684+00:00Herberto Hélder (23 Novembro de 1930)<br />
<a href="http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/helder/uni_hel.html">"Sendo Herberto Helder um dos maiores poetas europeus contemporâneos, a força motriz da sua obra reside na inquietude da vigilância, na vontade de revisitação e de questionamento incessante do seu acto poético. A sua poesia caracteriza-se por ser viva e irrequieta, transbordando os limites daquilo que enuncia, extravasando-se para além do seu contexto histórico-social e inaugurando novas zonas de exploração que lhe concedem a designação de «poética de vanguarda»."</a><br />
<br />
<br />
O AMOR EM VISITA<br />
<br />
Dai-me uma jovem mulher com sua harpa de sombra<br />
e seu arbusto de sangue. Com ela<br />
encantarei a noite.<br />
Dai-me uma folha viva de erva, uma mulher.<br />
Seus ombros beijarei, a pedra pequena<br />
do sorriso de um momento.<br />
Mulher quase incriada, mas com a gravidade<br />
de dois seios, com o peso lúbrico e triste<br />
da boca. Seus ombros beijarei.<br />
<br />
Cantar? Longamente cantar,<br />
Uma mulher com quem beber e morrer.<br />
Quando fora se abrir o instinto da noite e uma ave<br />
o atravessar trespassada por um grito marítimo<br />
e o pão for invadido pelas ondas,<br />
seu corpo arderá mansamente sob os meus olhos palpitantes<br />
ele - imagem inacessível e casta de um certo pensamento<br />
de alegria e de impudor.<br />
<br />
Seu corpo arderá para mim<br />
sobre um lençol mordido por flores com água.<br />
Ah! em cada mulher existe uma morte silenciosa;<br />
e enquanto o dorso imagina, sob nossos dedos,<br />
os bordões da melodia,<br />
a morte sobe pelos dedos, navega o sangue,<br />
desfaz-se em embriaguez dentro do coração faminto.<br />
- Ó cabra no vento e na urze, mulher nua sob<br />
as mãos, mulher de ventre escarlate onde o sal põe o espírito,<br />
mulher de pés no branco, transportadora<br />
da morte e da alegria.<br />
<br />
Dai-me uma mulher tão nova como a resina<br />
e o cheiro da terra.<br />
Com uma flecha em meu flanco, cantarei.<br />
<br />
E enquanto manar de minha carne uma videira de sangue,<br />
cantarei seu sorriso ardendo,<br />
suas mamas de pura substância,<br />
a curva quente dos cabelos.<br />
Beberei sua boca, para depois cantar a morte<br />
e a alegria da morte.<br />
<br />
Dai-me um torso dobrado pela música, um ligeiro<br />
pescoço de planta,<br />
onde uma chama comece a florir o espírito.<br />
À tona da sua face se moverão as águas,<br />
dentro da sua face estará a pedra da noite.<br />
- Então cantarei a exaltante alegria da morte.<br />
<br />
Nem sempre me incendeiam o acordar das ervas e a estrela<br />
despenhada de sua órbita viva.<br />
<br />
- Porém, tu sempre me incendeias.<br />
Esqueço o arbusto impregnado de silêncio diurno, a noite<br />
imagem pungente<br />
com seu deus esmagado e ascendido.<br />
- Porém, não te esquecem meus corações de sal e de brandura.<br />
<br />
Entontece meu hálito com a sombra,<br />
tua boca penetra a minha voz como a espada<br />
se perde no arco.<br />
E quando gela a mãe em sua distância amarga, a lua<br />
estiola, a paisagem regressa ao ventre, o tempo<br />
se desfibra - invento para ti a música, a loucura<br />
e o mar.<br />
<br />
Toco o peso da tua vida: a carne que fulge, o sorriso,<br />
a inspiração.<br />
E eu sei que cercaste os pensamentos com mesa e harpa.<br />
Vou para ti com a beleza oculta,<br />
o corpo iluminado pelas luzes longas.<br />
Digo: eu sou a beleza, seu rosto e seu durar. Teus olhos<br />
transfiguram-se, tuas mãos descobrem<br />
a sombra da minha face. Agarro tua cabeça<br />
áspera e luminosa, e digo: ouves, meu amor?, eu sou<br />
aquilo que se espera para as coisas, para o tempo -<br />
eu sou a beleza.<br />
Inteira, tua vida o deseja. Para mim se erguem<br />
teus olhos de longe. Tu própria me duras em minha velada beleza.<br />
<br />
Então sento-me à tua mesa. Porque é de ti<br />
que me vem o fogo.<br />
Não há gesto ou verdade onde não dormissem<br />
tua noite e loucura,<br />
não há vindima ou água<br />
em que não estivesses pousando o silêncio criador.<br />
Digo: olha, é o mar e a ilha dos mitos<br />
originais.<br />
Tu dás-me a tua mesa, descerras na vastidão da terra<br />
a carne transcendente. E em ti<br />
principiam o mar e o mundo.<br />
<br />
Minha memória perde em sua espuma<br />
o sinal e a vinha.<br />
Plantas, bichos, águas cresceram como religião<br />
sobre a vida - e eu nisso demorei<br />
meu frágil instante. Porém<br />
teu silêncio de fogo e leite repõe<br />
a força maternal, e tudo circula entre teu sopro<br />
e teu amor. As coisas nascem de ti<br />
como as luas nascem dos campos fecundos,<br />
os instantes começam da tua oferenda<br />
como as guitarras tiram seu início da música nocturna.<br />
<br />
Mais inocente que as árvores, mais vasta<br />
que a pedra e a morte,<br />
a carne cresce em seu espírito cego e abstracto,<br />
tinge a aurora pobre,<br />
insiste de violência a imobilidade aquática.<br />
E os astros quebram-se em luz sobre<br />
as casas, a cidade arrebata-se,<br />
os bichos erguem seus olhos dementes,<br />
arde a madeira - para que tudo cante<br />
pelo teu poder fechado.<br />
Com minha face cheia de teu espanto e beleza,<br />
eu sei quanto és o íntimo pudor<br />
e a água inicial de outros sentidos.<br />
<br />
Começa o tempo onde a mulher começa,<br />
é sua carne que do minuto obscuro e morto<br />
se devolve à luz.<br />
Na morte referve o vinho, e a promessa tinge as pálpebras<br />
com uma imagem.<br />
Espero o tempo com a face espantada junto ao teu peito<br />
de sal e de silêncio, concebo para minha serenidade<br />
uma ideia de pedra e de brancura.<br />
És tu que me aceitas em teu sorriso, que ouves,<br />
que te alimentas de desejos puros.<br />
E une-se ao vento o espírito, rarefaz-se a auréola,<br />
a sombra canta baixo.<br />
<br />
Começa o tempo onde a boca se desfaz na lua,<br />
onde a beleza que transportas como um peso árduo<br />
se quebra em glória junto ao meu flanco<br />
martirizado e vivo.<br />
- Para consagração da noite erguerei um violino,<br />
beijarei tuas mãos fecundas, e à madrugada<br />
darei minha voz confundida com a tua.<br />
<br />
Oh teoria de instintos, dom de inocência,<br />
taça para beber junto à perturbada intimidade<br />
em que me acolhes.<br />
<br />
Começa o tempo na insuportável ternura<br />
com que te adivinho, o tempo onde<br />
a vária dor envolve o barro e a estrela, onde<br />
o encanto liga a ave ao trevo. E em sua medida<br />
ingénua e cara, o que pressente o coração<br />
engasta seu contorno de lume ao longe.<br />
Bom será o tempo, bom será o espírito,<br />
boa será nossa carne presa e morosa.<br />
- Começa o tempo onde se une a vida<br />
à nossa vida breve.<br />
<br />
Estás profundamente na pedra e a pedra em mim, ó urna<br />
salina, imagem fechada em sua força e pungência.<br />
E o que se perde de ti, como espírito de música estiolado<br />
em torno das violas, a morte que não beijo,<br />
a erva incendiada que se derrama na íntima noite<br />
- o que se perde de ti, minha voz o renova<br />
num estilo de prata viva.<br />
<br />
Quando o fruto empolga um instante a eternidade<br />
inteira, eu estou no fruto como sol<br />
e desfeita pedra, e tu és o silêncio, a cerrada<br />
matriz de sumo e vivo gosto.<br />
- E as aves morrem para nós, os luminosos cálices<br />
das nuvens florescem, a resina tinge<br />
a estrela, o aroma distancia o barro vermelho da manhã.<br />
E estás em mim como a flor na ideia<br />
e o livro no espaço triste.<br />
<br />
Se te apreendessem minhas mãos, forma do vento<br />
na cevada pura, de ti viriam cheias<br />
minhas mãos sem nada. Se uma vida dormisses<br />
em minha espuma,<br />
que frescura indecisa ficaria no meu sorriso?<br />
- No entanto és tu que te moverás na matéria<br />
da minha boca, e serás uma árvore<br />
dormindo e acordando onde existe o meu sangue.<br />
<br />
Beijar teus olhos será morrer pela esperança.<br />
Ver no aro de fogo de uma entrega<br />
tua carne de vinho roçada pelo espírito de Deus<br />
será criar-te para luz dos meus pulsos e instante<br />
do meu perpétuo instante.<br />
- Eu devo rasgar minha face para que a tua face<br />
se encha de um minuto sobrenatural,<br />
devo murmurar cada coisa do mundo<br />
até que sejas o incêndio da minha voz.<br />
<br />
As águas que um dia nasceram onde marcaste o peso<br />
jovem da carne aspiram longamente<br />
a nossa vida. As sombras que rodeiam<br />
o êxtase, os bichos que levam ao fim do instinto<br />
seu bárbaro fulgor, o rosto divino<br />
impresso no lodo, a casa morta, a montanha<br />
inspirada, o mar, os centauros do crepúsculo<br />
- aspiram longamente a nossa vida.<br />
<br />
Por isso é que estamos morrendo na boca<br />
um do outro. Por isso é que<br />
nos desfazemos no arco do verão, no pensamento<br />
da brisa, no sorriso, no peixe,<br />
no cubo, no linho, no mosto aberto<br />
- no amor mais terrível do que a vida.<br />
<br />
Beijo o degrau e o espaço. O meu desejo traz<br />
o perfume da tua noite.<br />
Murmuro os teus cabelos e o teu ventre, ó mais nua<br />
e branca das mulheres. Correm em mim o lacre<br />
e a cânfora, descubro tuas mãos, ergue-se tua boca<br />
ao círculo de meu ardente pensamento.<br />
Onde está o mar? Aves bêbedas e puras que voam<br />
sobre o teu sorriso imenso.<br />
Em cada espasmo eu morrerei contigo.<br />
<br />
E peço ao vento: traz do espaço a luz inocente<br />
das urzes, um silêncio, uma palavra;<br />
traz da montanha um pássaro de resina, uma lua<br />
vermelha.<br />
Oh amados cavalos com flor de giesta nos olhos novos,<br />
casa de madeira do planalto,<br />
rios imaginados,<br />
espadas, danças, superstições, cânticos, coisas<br />
maravilhosas da noite. Ó meu amor,<br />
em cada espasmo eu morrerei contigo.<br />
<br />
De meu recente coração a vida inteira sobe,<br />
o povo renasce,<br />
o tempo ganha a alma. Meu desejo devora<br />
a flor do vinho, envolve tuas ancas com uma espuma<br />
de crepúsculos e crateras.<br />
<br />
Ó pensada corola de linho, mulher que a fome<br />
encanta pela noite equilibrada, imponderável -<br />
em cada espasmo eu morrerei contigo.<br />
<br />
E à alegria diurna descerro as mãos. Perde-se<br />
entre a nuvem e o arbusto o cheiro acre e puro<br />
da tua entrega. Bichos inclinam-se<br />
para dentro do sono, levantam-se rosas respirando<br />
contra o ar. Tua voz canta<br />
o horto e a água - e eu caminho pelas ruas frias com<br />
o lento desejo do teu corpo.<br />
Beijarei em ti a vida enorme, e em cada espasmo<br />
eu morrerei contigo.<br />
N Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-36881143998121788692012-11-21T02:28:00.000+00:002012-11-21T02:59:48.323+00:00Coisas a espreitarTenho andado a pensar muito sobre o tema ultimamente, como deve ter reparado quem me segue. E depois de <a href="http://subconscienttruth.blogspot.pt/2012/11/amor-e-badiou.html">Badiou</a> (de cuja análise não me afasto), deixo aqui mais umas sugestões para quem quiser compreender um pouco mais sobre o que é e como se manifesta esse tal sentimento?/ estado?/ ilusão?/ processo?/ relação?/ partilha?, caso seja possível aprender e compreender algo de tal magnitude e, muito mais, tentar, de certa forma, colocar essa aprendizagem em "práctica" (mesmo que eu não seja de opor teoria a práctica).<br />
<a href="http://www.brainpickings.org/index.php/2011/04/18/5-must-read-books-on-love/">Aqui</a>, <a href="http://www.brainpickings.org/index.php/2010/06/11/your-brain-on-love/">aqui</a>, e, também, <a href="http://www.brainpickings.org/index.php/2012/01/12/john-steinbeck-on-love-1958/">aqui</a> e <a href="http://www.brainpickings.org/index.php/2012/08/03/susan-sontag-on-love/">aqui</a>. E, já agora, isto:<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/OYfoGTIG7pY?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
P.S. Dispeço-me por uma interpretação que gosto bastante, apesar de relativamente simples.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/AoNNG9byXuw?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />N Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-58077779081131667882012-11-20T16:11:00.001+00:002012-11-20T16:11:24.079+00:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://sphotos-d.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash4/302712_501775199846838_804942765_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="299" src="http://sphotos-d.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash4/302712_501775199846838_804942765_n.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/x6WfoQL4ShE?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />N Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-31184646965729359012012-11-20T02:35:00.001+00:002012-11-20T02:35:36.947+00:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/z8mn3nLPSMY?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />N Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-20565299585714619672012-11-19T14:51:00.001+00:002012-11-19T14:51:38.698+00:00<br />
"Há o perigo de um grito lindíssimo quando andas assim comigo no invisível."<br />
Mário Cesariny<br />
<div>
<br /></div>
N Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-90246313690283653362012-11-19T01:56:00.000+00:002012-11-19T01:56:06.201+00:00um dedo após dedo que já não dedo e outra coisa agora<br />
pois dada a perda na sequência passa-se a dedo<br />
antecedendo outra coisa que não sei precisar<br />
<br />
no plano do qual a janela me separa<br />
- sem separar completamente -<br />
imagino algo que pela sua condição<br />
não mais para além de imaginação<br />
- havendo um mais para além da imaginaçãoN Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-40630967907124789842012-11-18T01:59:00.001+00:002012-11-18T02:00:51.401+00:00<br />
<a href="http://www.flickr.com/photos/marija_radosavljevic/6994046290/" title="Sem título por Marija Radosavljevic, no Flickr"><img alt="Sem título" height="1024" src="http://farm9.staticflickr.com/8008/6994046290_f30be62fb8_b.jpg" width="683" /></a>N Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-36325628686692546082012-11-16T22:39:00.002+00:002012-11-16T22:39:39.348+00:00<br />
“Amar o perdido<br />
deixa confundido<br />
este coração.<br />
Nada pode o olvido<br />
contra o sem sentido<br />
apelo do Não.<br />
<br />
As coisas tangíveis<br />
tornam-se insensíveis<br />
à palma da mão.<br />
<br />
Mas as coisas findas,<br />
muito mais que lindas,<br />
essas ficarão.”<br />
<br />
Memória - Carlos Drummond de Andrade<br />
N Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-27855717363840787262012-11-15T22:37:00.003+00:002012-11-15T22:37:33.558+00:00<a href="http://www.brainpickings.org/index.php/2012/11/12/philosopher-judith-butler-on-doubting-love/">“I am certain of nothing but the holiness of the Heart’s affections and the truth of the imagination”</a><br />
John KeatsN Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-2329615189986817502012-11-14T22:54:00.001+00:002012-11-14T22:54:14.309+00:00<br />
“Não digas: “o mundo é belo”. Quando foi que viste o mundo? Não digas: “o amor é triste”. Que é que tu conheces do amor? Não digas: “a vida é rápida”. Como foi que mediste a vida? Não digas: “eu sofro”. Que é que dentro de ti és tu? Que foi que te ensinaram que era sofrer? Os teus ouvidos estão enganados. E os teus olhos. E as tuas mãos. E a tua boca anda mentindo, enganada pelos teus sentidos. Faze silêncio no teu corpo. E escuta-te. Há uma verdade silenciosa dentro de ti: A verdade sem palavras que procuras inutilmente, há tanto tempo, pelo teu corpo que enlouqueceu.”<br />
<br />
Cecília Meireles<br />
N Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-71942827068761099102012-11-12T23:28:00.003+00:002012-11-12T23:28:41.782+00:00<br />
diz que não sabe do medo da morte do amor<br />
diz que tem medo da morte do amor<br />
diz que o amor é morte é medo<br />
diz que a morte é medo é amor<br />
diz que não sabe<br />
<br />
Alejandra Pizarnik<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">(Encontrado aqui: http://www.facebook.com/FabricaEscrita )</span><br />
N Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-80408026824389625182012-11-10T02:25:00.004+00:002012-11-10T02:53:02.635+00:00Amor e Badiou<br />
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Alain_Badiou">Alain Badiou</a>, filósofo francês, tomad<a href="http://www.guardian.co.uk/culture/2012/may/18/alain-badiou-life-in-writing">o por Zizek como um Platão ou um Hegel</a>, é um dos poucos na sua área - ver <a href="http://www.tintadachina.pt/book.php?code=a1fe2d02d3b85eeb84b950f067d92fd2&tcsid=19cdebedcbdf31ec4e59077cf62a64c0">aqui </a>- que se dedicam a reflectir sobre Amor. Recentemente foi editado em livro uma espécie de entrevista que Badiou concedeu sobre este tema, como o título "In Praise of Love", e em relação ao qual resolvi deixar neste blogue os seguintes excertos:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"I think - in quite different terms, naturally - along the same lines, namely that love encompasses the experience of the possible transition from the pure randomness of chance to a state that has universal value. Starting out from something that is simply an encounter, a trifle, you learn that you can experience the world on the basis of difference and not only in terms of identity. And you can even be tested and suffer in the process."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Provided it isn’t conceived only as an exchange of mutual favours, or isn’t calculated way in advance as a profitable investment, love really is a unique trust placed in chance. It takes us into key areas of the experience of what is difference and, essentially, leads to the idea that you can experience the world from the</div>
<div style="text-align: justify;">
perspective of difference. In this respect it has universal implications: it is an individual experience of potential universality, and is thus central to philosophy, as Plato was the first to intuit." </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Jacques Lacan reminds us, that in sex, each individual is to a large extent on their own, if I can put it that way. Naturally, the other’s body has to be mediated, but at the end of the day, the pleasure will be always your pleasure. Sex separates, doesn’t unite. The fact you are naked and pressing against the other is an image, an imaginary representation. What is real is that pleasure takes you a long way away, very far from the other. What is real is narcissistic, what binds is imaginary. So there is no such thing as a sexual relationship, concludes Lacan. His proposition shocked people since at the time everybody was talking about nothing else but “sexual relationships”. If there is no sexual relationship in sexuality, love is what fills the absence of a sexual relationship.</div>
<div style="text-align: justify;">
Lacan doesn’t say that love is a disguise for sexual relationships; he says that sexual relationships don’t exist, that love is what comes to replace that non-relationship. That’s much more interesting. This idea leads him to say that in love the other tries to approach “the being of the other”. In love the individual goes beyond himself, beyond the narcissistic. In sex, you are really in a relationship with yourself via the mediation of the other. The other helps you to discover the reality of pleasure. In love, on the contrary the mediation of the other is enough in itself. Such is the nature of the amorous encounter: you go to take on the other, to make him or her exist with you, as he or she is. It is a much more profound conception of love than the entirely banal view that love is no more than an imaginary canvas painted over the reality of sex.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
In fact, Lacan also engages in philosophical ambiguities in relation to love. The idea that “love is what fills the absence of a sexual relationship” can indeed be interpreted in two ways. The first and most obvious is that love is what the imagination employs to fill the emptiness created by sex. (...) But Lacan also thinks quite the opposite, that love reaches out towards the ontological. While desire focuses on the other, always in a somewhat fetishist manner, on particular objects, like breasts, buttocks and cock... love focuses on the very being of the other, on the other as it has erupted, fully armed with its being, into my life thus disrupted and re-fashioned."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"I mean truth in relation to something quite precise: what kind of world does one see when one experiences it from the point of view of two and not one? What is the world like when it is experienced, developed and lived from the point of view of difference and not identity? That is what I believe love to be."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"When I lean on the shoulder of the woman I love, and can see, let’s say, the peace of twilight over a mountain landscape, gold-green fields, the shadow of trees, black-nosed sheep motionless behind hedges and the sun about to disappear behind craggy peaks, and know - not from the expression on her face, but from within the world as it is - that the woman I love is seeing the same world, and that this convergence is part of the world and that love constitutes precisely, at that very moment, the paradox of an identical difference, then love exists, and promises to continue to exist. The fact is she and I are now incorporated into this unique Subject, the Subject of love that views the panorama of the world through the prism of our difference, so this world can be conceived, be born, and not simply represent what fills my own individual gaze. Love is always the possibility of being present at the birth of the world."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"I think we should approach the question of love from two points that correspond to everyone’s experience., love involves a separation or disjuncture based on the simple difference between two people and their infinite subjectivities. (...) In other words, love contains an initial element that separates, dislocates and differentiates. You have Two. Love involves Two.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
The second point is that precisely because it encompasses a disjuncture, at the moment when this Two appear on stage as such and experience the world in a new way, it can only assume a risky or contingent form. That is what we know as “the encounter”. Love always starts with an encounter. And I would give this encounter the quasi-metaphysical status of an event, namely of something that doesn’t enter into the immediate order of things. (...) The encounter between two differences is an event, is contingent and disconcerting, “love’s surprises”, theatre yet again. On the basis of this event, love can start and flourish. It is the first, absolutely essential point. This surprise unleashes a process that is basically an experience of getting to know the world. Love isn’t simply about two people meeting and their inward-looking relationship: it is a construction, a life that is being made, no longer from the perspective of One but £rom the perspective of Two. And that is what I have called a “Two scene”."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"However, love cannot be reduced to the first encounter, because it is a construction. The enigma in thinking about love is the duration of time necessary for it to flourish. In fact, it isn’t the ecstasy of those beginnings that is remarkable. The latter are clearly ecstatic, but love is above all a construction that lasts. We could say</div>
<div style="text-align: justify;">
that love is a tenacious adventure. The adventurous side is necessary, but equally so is the need for tenacity. To give up at the first hurdle, the first serious disagreement, the first quarrel, is only to distort love. Real love is one that triumphs lastingly, sometimes painfully, over the hurdles erected by time, space and the world."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"I am really interested in the time love endures. Let’s be more precise: by “endure” one should not simply understand that love lasts, that love is forever or always. One has to understand that love invents a different way of lasting in life. That everyone’s existence, when tested by love, confronts a new way of experiencing time. Of course, if we echo the poet, love is also the “the dour desire to endure”. But, more than that, it is the desire for an unknown duration. Because, as we all know, love is a re-invention of life. To re-invent love is to re-invent that re-invention."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"I believe that love is indeed what I call in my own philosophical jargon a “truth procedure”, that is, an experience whereby a certain kind of truth is constructed. This truth is quite simply the truth about Two: the truth that derives from difference as such. And I think that love - what I call the “Two scene” - is this experience. In this sense, all love that accepts the challenge, commits to enduring, and embraces this experience of the world from the perspective of difference produces in its way a new truth about difference."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"But chance, at a given moment, must be curbed. It must turn into a process that can last. This is a very difficult, almost metaphysical problem: how can what is pure chance at the outset become the fulcrum for a construction of truth? How can something that was basically unpredictable and seemed tied to the unpredictable vagaries of existence nevertheless become the entire meaning of two lives that have met, paired</div>
<div style="text-align: justify;">
off, that will engage in the extended experience of the constant (re)-birth of the world via the mediation of the difference in their gazes? How do you move from a mere encounter to the paradox of a single world where it is revealed that we are two? It is a complete mystery. And this is what really nourishes scepticism about love. People will say, why talk about great truth in respect of the quite banal fact that So and So met his or her colleague at work? That’s exactly what we must emphasise: an apparently insignificant act, but one that is a really radical event in life at a micro-level, bears universal meaning in the way it persists and endures."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"That is how chance is curbed: the absolute contingency of the encounter with someone I didn’t know finally takes on the appearance of destiny. The declaration of love marks the transition from chance to destiny, and</div>
<div style="text-align: justify;">
that’s why it is so perilous and so burdened with a kind of horrifying stage fright. Moreover, the declaration of love isn’t necessarily a one-off; it can be protracted, diffuse, confused, entangled, stated and re-stated, and even destined to be re-stated yet again. That is the moment when chance is curbed, when you say to yourself: I must tell the other person about what happened, about that encounter and the incidents within the encounter. I will tell the other that something that commits me took place, at least as I see it. In a word: I love you. (...) It isn’t at all easy to say “I love you”. That small sentence is usually thought to be completely meaningless and banal. Moreover, people sometimes prefer to use other more poetic, less commonplace words to say “I love you”. But what they are always saying is: I shall extract something else from what was mere chance. I’m going to extract something that will endure, something that will persist, a commitment, a fidelity. And here I am using the word “fidelity” within my own philosophical jargon, stripped of its usual connotations. It means precisely that transition from random encounter to a construction that is resilient, as if it had been necessary."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"The problem then resides in inscribing this eternity within time. Because, basically, that is what love is: a declaration of eternity to be fulfilled or unfurled as best it can be within time: eternity descending into time. That’s why it is such an intense feeling. (...) So love remains powerful, subjectively powerful: one of those rare experiences where, on the basis of chance inscribed in a moment, you attempt a declaration of eternity. “Always” is the word used to declare eternity. Because you cannot know what that “always” means or how long it will last. “Always” means “eternally”."</div>
<br />
<br />N Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-7431234312187708982012-11-02T01:35:00.000+00:002012-11-02T01:35:02.730+00:00a tentação de apagar o olhar<br />
a visão fora e o olfacto e a audição à espreita<br />
o olhar invertido e no olhar invertido<br />
a tua voz, a tua voz<br />
o corpo da tua voz em recordação<br />
o corpo da tua voz em recordação e algo para lá da recordação<br />
os olhos de novo, como se acordado em sobressalto<br />
a respiração para lá do respirar pedindo ajuda à boca<br />
sendo que da boca som outro fora<br />
não sendo o de uma inspiração improvisada<br />
palavra alguma pertencente a esta garganta incapaz<br />
e algo que um pouco após a garganta<br />
algo presente após canais que como espinhos se fazem sentir<br />
igualmente incapazN Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-67109210784884315342012-10-31T22:15:00.001+00:002012-11-01T01:16:46.009+00:00do tempo nada considerei<br />
não concedendo desse modo ao tempo<br />
tempo algum a alcançar o tempo desejado<br />
<br />
a memória irá impor-se, certo que irá<br />
como presença da situação criada<br />
num momento de espontaneidade vincada<br />
<br />
entra assim em cena a descontinuidade<br />
que separa a anterior perspectiva futura<br />
da carga que será recordação perpétuaN Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-55093589939261578262012-10-30T02:52:00.003+00:002012-10-30T02:52:37.153+00:00há algo que te quero dizer<br />
que sei que te devo dizer<br />
(seja qual for a consequência associada)<br />
ainda que não sei bem como to dizer<br />
(pelo menos de uma forma correcta)<br />
<br />
e esse algo<br />
é algo que te vou dizer<br />
ainda hoje, acreditaN Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-77202844524301850422012-10-29T00:35:00.002+00:002012-10-29T00:35:34.935+00:00fecho os olhos<br />
procuro fechar os olhos, devo fechar os olhos<br />
e suster a respiração, a vontade de chorar<br />
que me chega como necessidade, um impulso<br />
a reprimir, enrugando a face<br />
<br />
sendo que é do ti que fujo<br />
é de ti que devo fugir, de ti me devo fazer fugir<br />
isto por não resistir às palavras que gramaticalmente<br />
se alinham aos teus lábios, à tua face, aos teus membros<br />
ao teu corpo, espontaneamente<br />
<br />
e apesar do meu sorriso, da minha atenção<br />
nada sei do como te acompanhar<br />
e paralisa-me o pensamento, saber que é apenas do teu abraço<br />
que necessito para, finalmente, transbordarN Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-64740806515802647612012-10-26T00:00:00.003+01:002012-10-28T00:19:48.959+01:00há em mim<br />
o ser que surge quando contigo<br />
a atenção que às tuas expressões dedico<br />
como se, fechados os olhos<br />
mentalmente seguisse as notas de um violino<br />
sendo a melodia o teu sorrir<br />
acompanhado pelo conjunto que se forma<br />
e que se estende até aos teus olhos, os teus cabelos<br />
a tua face, tu por inteiro<br />
<br />
as preocupações afastam-se<br />
e algo em mim tende a escapar-se<br />
viro os olhos um segundo<br />
e uma porta com o vento aberta<br />
sem que nada capaz de fazer dado que sem chave<br />
- ou sem a saber usar -<br />
<br />
as frases mais soltas num instante<br />
as frases pela boca sem delas dar conta<br />
procurando, ao que me apercebo, seguir a melodia<br />
ao mesmo tempo que do vulcão<br />
- juro que, por aí, um vulcão<br />
medindo movimentos -<br />
um sorriso que me desperta da distraída contemplação<br />
um pulsar mais quente e vigoroso comprovando a existência<br />
<br />
e há em mim<br />
o ser que aparece quando de ti afastado<br />
aquele que dessa distância<br />
- e por essa distância -<br />
se torna consciente do quão presente te tornas<br />
dado que após, entre ruas, esquinas, multidões<br />
um sorriso que me invade a face<br />
um suspiro que antecede um respirar convicto<br />
como se com a inspiração tu, após a inspiração<br />
a tua voz de novo, a necessidade da tua voz de novo...<br />
<br />
e esses dois seres<br />
- tão estranhos para mim, ainda que em mim -<br />
quebram as dúvidas que poderia ter<br />
em relação ao que sinto<br />
lembre-me eu da sua materialidade<br />
e os consiga fazer nascerN Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7640769353362835479.post-74936951306149070952012-10-24T22:15:00.000+01:002012-10-24T22:15:43.531+01:00o chão folhas, pequenos galhos<br />
papéis que anteriormente algo<br />
por hora segregando<br />
- mesmo sem que ninguém perto -<br />
que das gotas sinal algum<br />
e estas bolsas razão outra<br />
<br />
e assim certo que a chuva um outro plano<br />
- juro que a chuva lá fora um outro plano -<br />
próprio de sapatos ensopados, e fora<br />
artimanhas associadas à arte de galgar janelas<br />
pontos no vidro à socapa que se agigantam a ilusões de óptica<br />
não esquecer, contudo, as correrias, o splash<br />
os risos incompreensíveis de quem as gotas compreende, eu não<br />
dado que pela mesma fonte eu não aqui<br />
<br />
vozes jorrando, o meu ouvido maior - outro lugar -<br />
ondas em propagação, uma abertura<br />
e num instante adeus - agora sim, a chuva -<br />
o olhar mudo de pescoço estendido, um segundo<br />
pertencente à janela de trás de qualquer táxi<br />
táxi esse que não reconheço, condutor não vi<br />
e o adeus reforçado, o adeus repetitivamente<br />
a minha memória o adeus<br />
sendo que o adeus também um rosto<br />
e o rosto um anterior sorriso, sons com o sorriso<br />
expressões gestos vozes<br />
<br />
um peso a chuva, a chuva um peso<br />
as gotas em suspenso, queda nenhuma<br />
<br />
voltando atrás, talvez galhos o chão<br />
N Rhttp://www.blogger.com/profile/01705853404450302012noreply@blogger.com0