Escrever para mim deve servir para me vencer a mim próprio, para ganhar à escrita, pois tenho mesmo de ganhar quando se trata de algo importante e fundo em mim, do género "anda cá rapaz, apresenta aqui estas contas, anda cá não fujas, para que foi isto, ah? Diz-me, que andas tu a fazer?" Vencido esse desafio, depois de tratado com todos os cuidados necessários - já que ser assim apanhado de surpresa não é fácil, imaginem um peixe pequeno sozinho no mar, atira-se um fiozito ao calhas para lá e calha logo em acertar-lhe - desbloqueio essa parte, e mesmo que apareça logo outra emoção nesse local, se agir depressa não terei nem tempo para a ver de longe, com a atenção necessária, e tenho a certeza que a partir daí dividi-se em parcelas menores, formando dentro de mim múltiplas partes, de diferentes tons e para diferentes propósitos, esperando que com isso não esqueçam como começaram. Sei que pode parecer estranho, mas devo funcionar um pouco assim, talvez também por isso nem sei se escrever é aquilo que faço, ou se já alguma vez me consegui vergar a 100% aqui, mantendo ao mesmo tempo uma certa poesia, instrumento fundamental para mim, guia-me mesmo.
I am winning at the half-time, I hope to continue with the rythim because I`m feeling fresh. I will keep you in touch.
2 comentários:
"ou se já alguma vez me consegui vergar a 100% aqui"
eu cá acho que não, e é o que faz de ti o que és. as vezes acho que as metaforas e alegorias que aqui metes são tanto tu, e depois escondes ainda metade de tudo. noto isso em nós, podes-me falar do mundo em pormenor mas de ti vais falar sempre em suma.
longe está de ser algo mais que não apenas o meu ponto de vista do que te vou conheçendo, defeito ou virtudes, verdade ou não, é contigo dear.
Podes não acreditar mas estava ouvir radiohead.
Cabes tão bem dentro deste mundo incerto:
"It's the best thing that you ever had,
The best thing that you ever, ever had"
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