A noite passada tinha sido de chuva (ao contrário das outras)
e numa poça a sola entrou com velocidade a mais.
Era de dia há pouco e as nuvens ainda se cheiravam.
De repente as mãos estancavam no alcatrão
e sentia-as a ferver de pequenas pedras que nelas entravam.
[Os braços estendidos em perpendicular às costas
o choque dando-lhe a sensação de algo quebrar.
Os olhos ainda apanharem o movimento da perna esquerda
galgando centímetros e levando-o com ela.
Flectiu a direita que havia ficado para trás
e com o olhar na manta de água onde estava, expirou.
Ouvia risos nas suas costas sem os distinguir.
Sentia-se observado e notava figuras que se aproximavam (irreais)
com as suas pernas e braços a mexerem-se em concordância.
O frio chegava sem que mudasse de posição.
Ao notar os sapatos mais próximos pelo barulho que ouvia agora melhor
subiu a cara para ver os colegas a chegar. A fila pela qual corriam tinha parado.
Tirou do chão a mão direita
e viu apenas uns pontinhos vermelhos sem lhe importarem,
voltou a espalmá-la para fazer subir a esquerda, com o mesmo resultado.
Uma roda formava-se e com sinceridade ouviu perguntar se estaria bem.
Ao ver uma mão estendida agarrou-se a ela, e acabou por subir
dizendo que sim, que estava. Olhou para o chão onde reparou numa marca deixada pela perna
e de seguida voltou-se para quem o tinha ajudado, movendo afirmativamente a cabeça.
Alguém disse algo atrás de si que não conseguiu perceber
e de imediato houve quem passasse.
Abriu as mãos sorrindo, e quem ainda restava voltou a correr.
Até ao fim da sessão manteve o seu ritmo (um pouco maior ao qual estava habituado)
mas sem o considerar demasiado no final.
Enquanto corria ouvia atento o que diziam
e levanta o olhar de vez em quando
tirando-o das sapatilhass dos seus colegas e do chão que também ele pisava.
Colocava um sorriso em algumas situações.
e levanta o olhar de vez em quando
tirando-o das sapatilhass dos seus colegas e do chão que também ele pisava.
Colocava um sorriso em algumas situações.
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