Levantei a cara e passei a linha em que a montanha
era cortada em perfil, caíndo pela encosta,
e os meus olhos cegaram momentaneamente.
Devo admitir que os raios me fizeram cair para trás
e bati com a cabeça e as costas em chão seco
que depressa me fez garantir ser ele pelo cheiro que o seu pó levantou
capaz de me fazer lembrar o ritmo da minha respiração.
O ar tinha a pressão contra si ao chegar aos pulmões
e as dores que sentia tornavam a terra confortável.
O silêncio apenas interrompido por cantares de passáros
e folhas ao vento eram um outro silêncio que aos meus ouvidos chegavam,
entrando sem pedir licença mas comigo grato por entrar.
Mesmo não vendo fechei os olhos relembrando-me assim o escuro de sempre
escondido nas minhas palpebras.
Aos poucos, deixei de respirar (ou notar que o fazia)
e o pó ia deixando de se levantar pela força do ar que expirava.
O vento nas folhas trazia a imagem
de espelhos de Sol aos saltos em cima de qualque copa
comigo de cabeça no tronco.
Olhando aos espelhos pensando neles sem pensar.
E por momentos o sono passou por mim
sem que deixasse de ouvir e cheirar
sem deixar passar as folhas que pelo vento à minha mão foram parar.
Sonhando seguro de ser verdade
que ao levantar veria tudo isto sem perder qualquer nível de sensação.
E depois de cheio escalaria o resto sem sequer me cansar.
3 comentários:
«pensando neles sem pensar»... não sei porquê gostei disto!
(Rodrigues? :p)
Aii eu não acredito! E tu nem me dizias nada, estou muito muito chateada contigo criatura-das-trevas.. nunca pensei eu, Mafalda Macedo, ter de te desejar "parabéns atrasados". mas pronto, lá vai:
PARABÉNSS (atrasados) :D
estás um homenzinho.. e eu cada vez pareço mais uma miudita ao pé de ti :) espero que as coisas te começem a correr melhor, e que essa cabeçinha para de divagar tanto e aproveite mais as coisas. Mereçes muito ser feliz , grande beijinho aqui da chata de sempre *
E estás expressamente proíbido de deixar de escrever, porque, sinceramente, estás cada vez melhor.
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