Como exprimir a necessidade de dizer o quão incrível és, tendo em mim o medo da tua reacção se te referir directamente? Como é possível a tua paisagem interior?
È o estar num cubo com direito a cama e roupa e lavada, o cubo com 2 m de espessura e pintada de preto. Na parede há pauzinhos com um traço no meio a servir de decoração pelo tempo que não passará nunca, posters que acompanharam gerações ao lado duma réplica de casa de banho, alguns nomes a navalha, se por acaso um murro na parede a quantidade de pó que não sairá. Numa das faces do cubo, enormes estacas de ferro a juntar o chão e o tecto, por entre elas não mais que uma mão.
Fora da cela, vê-se, através dumas estacas mais curtas a servir de janela, uma luz a entrar no cubo. Pedi uma cadeira a um guarda e espero pelo dia em que a luz que apenas virtualmente conheço deite as pequenas estacas ao chão, como um simples sopro sobre o pó.
2 comentários:
Desde quando os bons sentimentos precisam de conselhos?!
:)
Pecisas mesmo de conhecer Pedro Paixão
Eu sei, eu percebi.
Nuninho, temos muito que pôr em dia.
(Não sei se recebeste o comentário que falava em completarmos/(re)começarmos aquele texto.)
Beijinhos.
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