A um canto do comboio
acabado de entrar
(mal largo o saco, mas entre os dedos dele me esqueço)
deixo as costas moldarem-se
tornando-se, no final, umas outras.
A velocidade, pouco a pouco, aumenta.
O som de fecho de portas já foi
e a percepção de conversas estranhas segue-lhe o rasto.
Fica, à minha frente, uma superfície fria que se torna reflexo
e da qual pretendo escapar a uma face caída
escondida em dedos nervosos, donos de outra vida.
1 comentário:
Tão bom regressar e conseguir logo ler qualquer coisa que me leva para o que li :) saudades Nuno R *
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