Ver César Monteiro é, para mim, vencer a vida, mesmo sem ter a necessidade concreta - seja isso o que for - de nela entrar materialmente. A inquietação dá lugar à ironia, e posteriormente a um misto de tranquilidade e lucidez, mesmo que se possa considerar ilusória. Durante alguns momentos, como nos cigarros, janelas e dedilhares nesta curta, o confronto que tenho comigo próprio ocupa-se não de resolver os possíveis problemas, mas, bastante mais interessante, reduzi-los, relativizá-los, ridicularizá-los até, pois que melhor se pode fazer das nossas próprias inquietações. Não descartá-las, mas colocá-las noutro plano. Pensá-las, sem pensar. Estando consciente, sem estar.
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