serás outra
és outra
apenas estas palavras
que do lado cobarde surgem
chegam para, aos meus olhos, seres outra
já não o teu sorriso
mas tu em palavras minhas
(essas que nem minhas realmente são)
e em palavras minhas nunca tu
nunca tu na tua cumplicidade
(e agora fecho os olhos, recordo
a alma aconchega-se e sorrio levemente, sem rir)
não cheguei à tua mão
e a porta, quem sabe se para sempre
separo-nos
(paro... como parei
os lábios lacrimejam
a minha boca já não minha mas de outro estado qualquer
e as lágrimas que os nervos e mãos procuram esconder
no segundo seguinte às últimas palavras que te dirigi)
deverei transformar-te, em palavras difusas e não (inteiramente) minhas
ou incomodar-te, pedindo-te, inteira
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