Os meus cabelos moldam-se e vão com a pele e a carne, e acaba por mudar de tom. São as mãos que, por instituto mas não só, acabam por chegar. De início, com vontade de comprimir, e outra coisa não o fazem, até também elas se juntarem à amálgama. De repente, esquecem-se, obrigadas a esquecerem-se, e todo o corpo se agacha no primeiro canto que encontra, - espantando, não sem remorsos, os gatos com a confusão - e deixando o que cai a centímetros de distância, já noutro mundo, como banda sonora, acompanhamento de algo que já não o é. Ficam os membros superiores sem vida a mover-se pela cabeça, ocupando-se das maiores aberturas, e os inferiores esperneando, descobrindo chão seguro que não é concebível existir.
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