(Atenção: Não levar a sério)
Não sei porquê mas sempre tive uma especial admiração por raparigas magras, não de grande estatura, preferencialmente loiras ou dum castanho claro, sentadas de forma desorganizada, isto é
sem se sentar, algo o fazia na sua vez, como um outro corpo para libertar a alma
pois o olhar escondida-se em pontos que mais ninguém vê, como se tivessem um comando com o botão
"Pause"
mentira, "Pause" nenhuma, apareceu-me isto sem querer e não me apeteceu tirar, talvez até possa ser um palavra noutra língua - isto em mandarim ou checo, quem sabe? - e como eu só conheço as que usam nas máquinas: o inglês, que só por si me parece uma lingua mecânica
(Meu Deus, era capaz de pagar uma promessa só por ser português e ter esta maravilhosa língua)
talvez meta um
"Stop"
ou uma outra coisa qualquer, agora não interessa
e desligavam-se de tudo isto. Depois imaginava-me a ir ter com elas,
ou melhor, no caso que imagino: com ela
e na pose mais estúpida que no momento e sem explicação possível se apuderava do meu corpo e eu incapaz evitar, atirava com isto para completar
-por vezes também gosto de estar assim sozinho
e ficava à espera que depois dessas "mágicas" palavras de imediato se interessa-se por mim e começavamos uma grande discussão filosófica sobre o papel do horizonte na solidão, mas ela, tal como todas as mulheres, têm um poder estranho que mesmo sem fazerem por isso acabam sempre por controlar tudo, o que no meu caso acaba sempre por dar cabo de qualquer plano
-Ai é?
ou seja, traduzindo
«o caramelo que me calhou»
isto seria o mais certo se alguma vez me desse na cabeça tal aventura, felizmente tenho uma coisa em mim chamada bom senso que uma vez por outra me impede de passar figuras tristes. Até porque se visse bem, estava a ir contra o que dizia
-Ah tu gostas de estar sozinho
e eu sem nada dizer pois como sempre nada digo
-ninguém diria
mas digo eu e é verdade, mas vá-se lá perceber, nunca acreditam em mim mesmo que diga
-se for como dizes até nos podemos entender
vendo as minhas hipoteses a diminuar tentava perceber o que pensava
«otário»
e eu
«ou inventas agora alguma ou»
«otário»
enrolava as mãos e ela a desistir de mim
«vens aí com falinhas mansas»
eu
«podia dizer-lhe que me percebeu mal...»
não, nada disso se não parecia igual a todos os outros
«são todos iguais»
o que me levava a defender
«eu sei que não sou igual aos outros, inventa uma rapaz»
mas sem inventar, ela
«já ias, não?»
eu para comigo
«és sempre a mesma coisa»
neste momento desvia a cara confiante do seu raciocínio
«estúpido»
nisto eu
«até parecia uma rapariga fixe»
de modo que não tinha outra solução que não ir embora e crucificar-me
«estúpido»
isto já com ela de volta aos seus pontos, eu de novo
«estúpido»
com os meus amgigos a rirem-se pelo meu regresso apressado
-não percebes nada disto rapaz
(eu a imaginar pedras na minha mão para lhes atirar, havia de os fazer correr!)
e isto vindo de quem anda a chatear as amigas da irmã mais nova
-tens muito para aprender
e esse
-tens muito para aprender
isso sim é que me chateava à seria.
8 comentários:
li isto de uma maneira tão especial que nem sei explicar.
amo este texto, e a sua "postura" desorganizada :p
Podes sempre experimentar, talvez te surpreendas!
Mas, pelo sim pelo não, leva meia dúzia de pedras no bolso, não vá o diabo tecê.las!
Adorei o que acabei de ler Nuno..
Se não tentares nunca vais saber qual é que vai ser o desfecho, mas estou com a 'stracci, pelo sim pelo não leva meia dúzia de pedras, para prevenção ^^,
Aubergine.
Este texto, está qualquer coisa, Nuno.
estava a divertir.me tanto, fogo! Por favor, continua com os teus dialogos interiores que eu curti a brava :P
lol brilhante *
"«estúpido» nisto eu (...) crucificar-me «estúpido» (...) eu de novo «estúpido»"
é por estas que eu te dava cabo do nariz, ganha coragem pá :p *
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