Não é necessário que saias de casa. Fica
à mesa e escuta. Não escutes, espera apenas.
Não esperes, fica em silêncio e só. O mundo
virá oferecer-se a ti para que o desmascares,
não pode fazer outra coisa, extasiado, ´
contorcer-se-á diante de ti.

Franz Kafka, "Aforismos"


sábado, 27 de fevereiro de 2010

(Um pequeno parênteses para a estupidez)

Estava pela net e descobri um site que permite calcular o valor de páginas na internet, como por exemplo o meu blog. Estranhei fazerem uma avaliação tão rápida - só precisei de colocar o link - e parece-me que se baseia unicamente nas visitas recebidas, mas mesmo assim $2369 é um valor que nunca suspeitaria. Embora, depois de fazer o mesmo execício, vi ser pouco comparado com os $21784.7 atribuídos com toda a justiça a um dos meus favoritos, o Pecado Original. O mais caro entre os que sigo.
Outra coisa foi uma amiga ter dito que eu lhe fazia lembrar este rapaz, Nick Simmons. Eu desconhecia a existência desse rapaz, e acho que sou um pouco diferente em termos de personalidade, mas se ele for minimamente famoso talvez explique uns quantos olhares.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Casulo

I
Um soalho onde faltam tábuas (outras ganham-lhes saudades)
     onde o som aparece, subindo baixando lascas
dando aos pés o alerta em relação aos espaços.

O carreiro que as formigas seguem - e que hoje é menor e menor.
Por sorte
deixam-se de notar ao crescer dos estalidos.

Tal como a tinta que das paredes se solta
- em consequência do apoio que o meu corpo suplica aos braços (efeito estranho) -
encravando-se nas unhas.

E uma voz aparece (com o tempo aparece ou eu faço aparecê-la)
perguntando-me que figuras são essas que eu faço na calçada.
- Sujeitas ao crivo dos senhores que se entreteem a oferecer camisas brancas de mangas grandes - (as quais por curioso que pareça se fecham nas costas.)
Parando então aí para com quem me chamou seguir viagem.
(Em passos dados junto de tantos outros que nunca mais voltarei a ouvir.)
Com as imagens da sala - que aos meus pés caía - no pensamento
voltando de repente quando num mudar de direcção alguém se lança sobre mim.

II
E aguardo em desespero o tempo em que se instale o Silêncio.
Silenciadas as vozes (não calar, apenas atingir outras que transmintam calor)
montar o meu mundo, com esperança que caiba na calçada.
Voltei a escapar. E hoje espetei entre pedras duas tábuas enroladas em cruz.
Subi por entre as raízes e os esgalhos húmidos
caídos de arvores que ja nao os reconhecem.
O oxigénio faltava-me, o oxigénio faltava-me
e agora aparece em toda a plenitude
cobrindo invisivelmente o espaço entre os seres vivos que do alto deste monte admiro
e um fantasma que ao primeiro instante - e apenas ao primeiro instante -
precisa de ser totalmente sugado
libertando no corpo o reservatório que se pretende encher.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

E agora fica o som frio e repetido do vento a subir pelo abismo, escaldando os ouvidos, arranhando as mãos pelas rochas, uma pedra em falso e o pé apoiado no ar, a sensação de queda iminente, mas já vista.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

I
Vejo um muro e regresso. Regresso sempre.
Do outro lado não me espera o beco duma noite escura
cor ambiente deste recanto em que me soterro
onde carros embora a metros circulam nos meus ouvidos
e deles apenas um pequeno vislumbre que não posso garantir
                                       [(não mais que uma luz arrastada)
entre duas paredes iguais.
Mas não subo. Simplesmente não subo.


E o alcatrão aumenta em frente dos meus pés
e a chuva caí sem que com ela me incomode
e a cabeça baixo assim que ao muro vire costas.

E todas as minhas funções são agora vistas por outros olhos.
Reparo que a mão me foge do meu corpo - desligada
assim a obrigada pelo movimento. 
O peito ainda que a contrair-se de frente ao obstáculo
(tentando em vão manter-se)
e a respiração ouve-se, pedindo a todo o meu corpo que respire e expire de seguida
tal como é normal hábito, como é regra. Sem sucesso.
Simplesmente acompanha a cabeça e assim vai-se descolando do corpo, estendendo-se
á frente do braço, perdida num ar que encontra diferente
e agarra-o. O ar.


Os cheiros que vinham - trespassando pelo cimento
são substituidos pelo da chuva
onde quer que a chuva possa pousar, e a agitação ganha forma.

Para trás o momento onde os relógios não entravam
e os ponteiros rodavam sem qualquer tipo de suporte, a outras velocidades.
O momento onde os calcanhares se elevam sem que os olhos reparem
e tudo parece possível.

II
Tão fácil seria se aos meus ouvidos uma voz ditasse o que não vejo, uma e outra vez.
Digo-o não por se tornar quase impossível perder, mas ao perder ser eu o único.
(Para sempre calando o meu intento.)
E dado o salto a certeza de não me ver em propriedade privada
[sujeito a olhar silencioso.
Deste modo apenas tomando o risco uma resposta será dada.
A realidade em busca do sonho.
Apenas no sonho me refugio. Um paìs em construção.

Vencido o receio que encontro
(em cada situação uma imagem, em cada detalhe um código)
procurar o silêncio não só no olhar - que nele tanto pode indicar -
(Uma voz de fundo, talvez, porque não falas?)
mas num lugar mais fundo. Um terreno possível de preencher.

III
Caso contrário, perdido em mim
o perigo de refugiar em pensamento
a existência não encontrada em essência.

E o alcatrão alonga-se cada vez mais
e nem um temporal notarei.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Muitas vezes me pergunto o que é válido em termos artísticos. Não sei se deve haver algum um objectivo específico. Não faço ideia. Mas se dependesse exclusivamente dos meus gostos, aqui estaria uma cena perfeita, apesar de practicamente não se passar nada. Apenas adoro. È uma cena que é capaz de me tocar sem eu saber porquê, como se desse para entrar dentro dela (ou pelo menos querer) e passar para outro mundo onde a realidade deixa de existir. Intriga-me duma forma irresistível.

Escorregou.
A noite passada tinha sido de chuva (ao contrário das outras)
e numa poça a sola entrou com velocidade a mais.

Era de dia há pouco e as nuvens ainda se cheiravam. 
De repente as mãos estancavam no alcatrão
e sentia-as a ferver de pequenas pedras que nelas entravam.
[Os braços estendidos em perpendicular às costas
o choque dando-lhe a sensação de algo quebrar.
Os olhos ainda apanharem o movimento da perna esquerda
galgando centímetros e levando-o com ela.
Flectiu a direita que havia ficado para trás
e com o olhar na manta de água onde estava, expirou.

Ouvia risos nas suas costas sem os distinguir.
Sentia-se observado e notava figuras que se aproximavam (irreais)
com as suas pernas e braços a mexerem-se em concordância.
O frio chegava sem que mudasse de posição.

Ao notar os sapatos mais próximos pelo barulho que ouvia agora melhor
subiu a cara para ver os colegas a chegar. A fila pela qual corriam tinha parado.
Tirou do chão a mão direita
e viu apenas uns pontinhos vermelhos sem lhe importarem,
voltou a espalmá-la para fazer subir a esquerda, com o mesmo resultado.

Uma roda formava-se e com sinceridade ouviu perguntar se estaria bem.
Ao ver uma mão estendida agarrou-se a ela, e acabou por subir
dizendo que sim, que estava. Olhou para o chão onde reparou numa marca deixada pela perna
e de seguida voltou-se para quem o tinha ajudado, movendo afirmativamente a cabeça.
Alguém disse algo atrás de si que não conseguiu perceber
e de imediato houve quem passasse.

Abriu as mãos sorrindo, e quem ainda restava voltou a correr.
Até ao fim da sessão manteve o seu ritmo (um pouco maior ao qual estava habituado)
mas sem o considerar demasiado no final.
Enquanto corria ouvia atento o que diziam
e levanta o olhar de vez em quando
tirando-o das sapatilhass dos seus colegas e do chão que também ele pisava.
Colocava um sorriso em algumas situações.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Levantei a cara e passei a linha em que a montanha
era cortada em perfil, caíndo pela encosta,
e os meus olhos cegaram momentaneamente.


Devo admitir que os raios me fizeram cair para trás
e bati com a cabeça e as costas em chão seco
que depressa me fez garantir ser ele pelo cheiro que o seu pó levantou
capaz de me fazer lembrar o ritmo da minha respiração.


O ar tinha a pressão contra si ao chegar aos pulmões
e as dores que sentia tornavam a terra confortável.
O silêncio apenas interrompido por cantares de passáros
e folhas ao vento eram um outro silêncio que aos meus ouvidos chegavam,
entrando sem pedir licença mas comigo grato por entrar.


Mesmo não vendo fechei os olhos relembrando-me assim o escuro de sempre
escondido nas minhas palpebras.
Aos poucos, deixei de respirar (ou notar que o fazia)
e o pó ia deixando de se levantar pela força do ar que expirava.


O vento nas folhas trazia a imagem
de espelhos de Sol aos saltos em cima de qualque copa
comigo de cabeça no tronco.
Olhando aos espelhos pensando neles sem pensar.


E por momentos o sono passou por mim
sem que deixasse de ouvir e cheirar
sem deixar passar as folhas que pelo vento à minha mão foram parar.


Sonhando seguro de ser verdade
que ao levantar veria tudo isto sem perder qualquer nível de sensação.
E depois de cheio escalaria o resto sem sequer me cansar.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Vinte anos

(...)

III
Vinte Anos

"As vozes intrusivas exiladas... A ingenuidade física amargamente aquietada... Adágio. Ah! o egoísmo infinito da adolescência, o optimismo estudioso: como o mundo estava em flor, nesse verão! O ar e as formas morriam... Um coro, para acalmar a impotência e a ausência! Um coral de copos, de melodias nocturnas... Com efeito, os nervos vão já pôr-se à caça.

IV
Ainda vais na tentação de Antão. As correrias do zelo encolhido, os tiques de orgulho pueril, a fraqueza e o pavor. Mas perfarás este trabalho: todas as possibilidades harmónicas e arquicteturais te rodearão emocionadas. Criaturas prefeitas, imprevistas, se oferecerão às tuas experiências. Das cercanias afluirá sonhadora a curiosidade de antigas multidões e de luxos ociosos. Só a tua memória e os teus sentidos alimentarão teu ímpeto criador. Quanto ao mundo, que te mostrará ele, quando saíres? Em todo o caso, nada de aparências actuais."

Rimbaud *

Não ligo nada a datas, simbolos, afins... Olho para muitas coisas de forma transparente, de forma muito leve. E apesar de isso ter aspectos positivos, como me importar com pouca coisa e deixar sempre portas entre-abertas, também há o outro lado em que o espaço que deveria ocupar uma maior faixa resume-se essencialmente a uma, duas, três coisas que ganham um peso enorme. Eu nunca me daria 20 anos, parece-me uma idade estúpida para mim, preferia-me para sempre preso nos 19, talvez um receio de perder qualquer coisa, não sei. E talvez também por isso que tive um pequeno pesadelo esta semana em que me via com 20, e depois repetia-se 34, 35, ... na minha cabeça logo de seguida, num pequeno passo em que se não passava nada. E foi apenas isso  - a chata da minha irmã também, a brincar - que me fez lembrar este dia. Mas também me parece que depois desse pequeno choque, surgido apenas como aviso, vejo agora as coisas ainda de forma mais leve, mantendo o mesmo espaço para as uma, duas, três coisas que posso ter sempre em mente. Pelo menos espero que sim.

*Rimbaud apesar de ser considerado por alguns o melhor poeta de sempre, deixou de escrever aos 19. 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Adoro filmes assim...



Simples mas verdadeiras obras primas. Como um poema que não se ouve. 3 tempos independentes uns dos outros. Um em 1966, em 1911, e em 2005.  Um tempo de amar, um tempo de liberdade, um tempo de juventude. O mesmo par. Excelentes interpretações, embora destaque claramente a protagonista.
Apesar das 2 horas o filme passa depressa, como se não tivessemos consciência disso e entrassemos simplesmente dentro dele. Subtil, sem pretensões excessivamente modernistas e, como eu gosto, com um toque existencialista próprio deste tipo de filmes. Retratando muito bem, não só 3 fases da história e a maneira essas relaçoes se enquandram no tempo, mas procurando chegar mais fundo e mostrar aspectos como o Silêncio, o Respeito e a Compreensão.
Premiado em Cannes.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

600 mil pessoas...

num concerto em 1970, de uma das minhas bandas preferidas apesar de terem feito apenas um álbum. Numa votação que se intitulava "Gods of Rock", num canal especializado de música, esta banda ocupava o 2º lugar. Para mim uma lista controversa... até pelo primeiro lugar aos Rolling Stones, neste caso talvez muito pelo seu sucesso comercial. Eu nunca lhes daria o 2º, mas para uma banda quase esquecida nos dias de hoje deve querer dizer muito.
Adoro esta:

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

... e entro em desespero ao ver uma barreira infinita prolongar-se. Apesar das tentativas de saltos dos dois lados do muro, ainda não se ouvirem as habituais palavras de ordem. O meu megafone, deixo-o no bolso.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Light my fire

Tinha algo a germinar-se dentro de mim para escrever, mas por acaso ouvi esta música antes e reparei que o que queria dizer estava essencialmente aqui.



You know that it would be untrue
You know that I would be a liar
If I was to say to you
Girl, we couldn't get much higher
Come on baby, light my fire
Come on baby, light my fire
Try to set the night on fire

The time to hesitate is through
No time to wallow in the mire
Try now we can only lose
And our love become a funeral pyre
Come on baby, light my fire
Come on baby, light my fire
Try to set the night on fire, yeah

The time to hesitate is through
No time to wallow in the mire
Try now we can only lose
And our love become a funeral pyre
Come on baby, light my fire
Come on baby, light my fire
Try to set the night on fire, yeah

You know that it would be untrue
You know that I would be a liar
If I was to say to you
Girl, we couldn't get much higher
Come on baby, light my fire
Come on baby, light my fire
Try to set the night on fire
Try to set the night on fire
Try to set the night on fire
Try to set the night on fire
I
Sentei-me.

Sons vieram dos cantos rodeando-me.
Com o braço atrás das costas toquei no trinco que não rodou.
Apalpei a superfície da qual um passo atrás tinha passado
e a porta era agora cimento, pequenas irregularidades frias. Parede.
No meio uma cadeira circular, pequena de madeira
cujos pés segredaram-me lascas ao sentar.

A lâmpada incandescente piscava em cima, falhando
curto-circuitos corajosos de aprisionar pequenos voadores no ferro que a revestia.
Na sala apenas aquele local era visível. Uma circunferência nos azulejos.
Uma gota caía e caía, correndo depois pelos canais.

II
Estava de cabeça baixa
e não me levantei quando do chão vi uma bola soltar.
Ouvia o ar a ficar para trás.
Voltava à superfície, beijando-a. Dado o impacto
saía novamente do meu campo de visão.

O toque fazia-me regressar.
Os olhos trocaram o vazio por aquele ponto
[ainda que inexpressivos de tamanha surpresa.  
Incapazes de se mover.

III
Cruzo ruas atravessando pessoas.
Prolongo em mente sons minúsculos, ináudiveis até então.
A faixa de gama normal é um único som, do mesmo jeito
os carros que por mim passam e as pedras que uma ficam atrás.

E das ruas não procuro setas e mapas para um tal monumento visitar
mas uma harmonia que não vejo e procuro sem dela estar certo
por nela me imaginar finalmente em paz. E ando, e ando.
A minha cara, para quem vê
não possui qualquer vida.

E a cada passo que dou só procura uma coisa,
ser um com quem minha alma roubou. Finalmente, a união negada.

IV
Onde está o meu passado? Os meus dias?
O tempo que é? Ah! que cadeira esta que se pega ao corpo
e o consome por dentro.

Os meus braços adoraria roubar aos joelhos (gesto de repouso)
E ao dá-los à face
da cadeira levantar-me.

Enfrentar cada medo meu
e deles tornar memória inconsciente.
Talvez até, no máximo, momentos de riso futuro.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

*(pequeno aparte)

 Uma coisa que me tem irritado muito é uma definição qualquer que o meu irmão mudou no PC (e, que conveniente, não sabe qual é) e me tem impedindo de fazer algumas coisas por aqui. Além de não conseguir ver os meus seguidores, o que me chateia a sério é, sem saber porquê, não conseguir fazer comentários a alguns blogs (apesar de os continuar a ver). E isso chateia-me mesmo muito porque entre esses blogs está um dos meus favoritos, Coração em Demasia, e ainda Parrots and Lions. È como querer falar mas ser constantemente impedido sem que ninguém note. Bem, segunda já deve dar.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Combustão

I
Não suporto ver mais a minha mão escrever
entregando a uma caneta aquilo que em Vida não consegui desvendar.
Mas por do mesmo modo me ser já impossível respirar sem te ter em mente,
[apago as luzes e escrevo às escuras.



De modo a evitar sobreposições aponto a folha a um resto de lareia, dela vindo
resquícios de chamas. Atentando às palavras sem de seguida ser obrigado a vislumbrar-lhes a face.
Calor em brasas para ao frio não perder a luta dos meu dedos.

II
A cabeça pesa mais do que é seu hábito. Derrotado
estendo-me pelo chão e ao abrir mãos e braços pergunto
o que faço eu aqui. Suplicando lágrimas ao olhar.

O rio de tanto passar já não passa
e agora no leito que anteriormente escavou
procuro em apuros a razão pela qual deixou.

III
Ontem foi dia do sino tocar, (lembrei-me.) Tal como o é hoje e será amanhã
até a corda que o liga ao chão
deixar as ameças de lado e finalmente rasgar,
[deixando metade na mão.

Há um momento antes de ele tocar
em que no jardim me distingo e sinto o meu corpo gritar.
Cada poro se abre e segue em uníssono com o vento
[e tal como às ervas e flores, deixa de existir. 

Oiço passos dados há muito, revejo olhares que à memória pertenciam.
Duma gruta um nome aparece, repetindo-se constantemente.
Como algo etéreo que se junta e mistura. Um novo ser em mim.

E ando não porque às minhas pernas chegam sinapses para andar
mas por nas paisagens de sempre encontrar um novo caminho
do qual não quero nunca me desligar. Cada esquina um palácio, cada pedra uma rua histórica.