Não compreendo,
como não conseguem compreender
que o que sou não é igual
ao que todos os outros são
ao que outros querem que seja
ao que estaria destinado a ser,
o meu destino foi feito no passado,
cheio de memórias do futuro,
apenas nele sei que hoje devo viver.
Como gostava poder responder àquilo que sinto,
poder escrever o que anseio não se faz por palavras
e tudo o que sinto não é passível de ser descrito.
Tal como a minha alma nunca será acabada
hoje ponho um ponto final nas dúvidas,
aquilo que me faz de humano não passa de carne e osso,
o meu espírito vive num sítio que criei para mim próprio
e do qual não ouso descer.
Tudo o que vejo faz-me pensar
que não fui feito para viver,
o meu desígnio nunca foi vencer,
nunca em mim impus qualquer limitação ou objectivo
que vulgarizasse a alma que tomo como minha.
O cálice que a alimentou transborda de vazio
pois a sua missão foi entretanto cumprida.
Por agora desejaria dizer o mesmo de mim
mas nem essa paixão conheço,
não sei sequer se a chegarei a ver
mas o máximo que posso dizer,
é que por agora sinto-me perdido.
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