Lava parece-me ser a melhor comparação a fazer com o meu sangue, de momento. Trata-se de uma lava fluída, aparecendo sem darmos conta, aquecendo e absorvendo territórios à sua passagem, dando-lhes nova forma e conteúdo após uma saída regular do vulcão. Momentos há em que parece encontrar uma qualquer elevação, e então acumula-se, adicionando-se novas camadas até que o ponto alto seja atingido e posteriormente transposto a uma velocidade tal que o transforma em esquecimento. Outros locais há onde o deslize é mais regular, permitindo uma velocidade constante, sem sobressaltos. Imagino-me no cimo de uma qualquer elevação por instantes, de forma a contemplar todo este espectáculo, apostando que se aí estivesse a minha vontade seria a de mergulhar, afectado por um momentâneo desejo de viver, mesmo que não totalmente esquecido das dores associadas.
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