Tenho um relacionamento difícil com as minhas lágrimas. Por vezes, aparecem-me sem que dê conta disso, apenas já com elas a escapar do meu olho e a fazer uma pequena curva pela minha face antes que a apanhe com a mão, num gesto que tem tanto de irreflectido quanto o haver chorado. Outras há em que se recusam a saltar das minhas pálpebras, havendo a presença de nervos que as agarram por ferros, havendo uma simetria de dor entre o que sinto e o que penso. Neste últimos momentos, nervoso, peço por tudo o abrigo de um qualquer canto sem vozes, sem respirações de terceiros, sem passos por perto, apenas um qualquer clique que me fizesse abrir as comportas e não me ocupar com nada mais para além de um rio por dar vida.
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