O que escondo é como se da minha vida não se juntam-se mais do que duas, a vida que supostamente, realmente vivo, e uma outra, essa em que imagino viver.
Da primeira, quem há anos me reconhece, não é capaz de ignorar a solidão que não sentindo, demonstro. A leveidade com que o Futuro encaro e a minha incapacidade de verdadeiramente algo fazer, impossibilita-me de pontenciar tudo o que quero ser, ou tudo o que outros querem que eu seja. Descortino sempre razões, que, por pouco plausíveis serem, afastam-me, como se houvesse um íman que primeiro atrai, depois repele.
Apenas na minha companhia de estar sozinho, sinto-me como realmente outros me vêem. Apesar de não saber o que observam, sinto-me nos meus olhos como olhos de outros transmitem esta minha sensação de pena e desconforto, algo que se fez e não cumpriu. Feito de algo que nunca em voga esteve, por infelicidade minha, hoje muito menos apesar da doença se ter alastrado, apenas sonhos e ilusões num mundo para quem de mim diferente é.
Irremediável vagabundo de ideias por realizar, feito de almas não minhas, mas que seus rostos, seus olhares, seus gestos, seus ditos me influenciam, para o bom e para o mau, para o que sou e não sou, para o que penso e deixei de pensar. Não fossem esses, emoção nenhuma seria capaz deixar.
Sei que incapaz sou, de em total me integrar, mesmo amor ou outra nobre causa, nunca esta minha prisioneira liberdade de errante que sou iria abandonar.
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