Com esta dor desmedida
surpreso me vejo entre pisadas de calcário
fosse eu dono
saberia aonde deitar.
Enquanto venho e passo
uma imensão em mim abala,
vivendo olhos de quem vejo
levito entre ruas intermináveis,
ruas de sonhos e "eus".
("Como gostava..."
"O que queria..."
"Que inveja tenho..."
"Eu, eu, eu")
Vivesse eu mais tempo
e de louco não escaparia.
O cheiro que hoje se ouve
morre em mãos de homens que o provam.
Sem sentido vidas morrem em rotinas de alma acabada.
Vontades tornadas pensamentos
pensamentos tornados nada.
Parte dum pequeno gruto me sinto,
lado a lado, adormecidos espirítos cruzam ruas de sonhos postos.
O tempo virá, e nele, serei eu o adormecido.
E então sim, poderei eu cruzar essas ruas.
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