Gostava de me responder.
Conheço a verdade há muito descoberta
sentido dela a derrota.
Derrota de quem a procura sem cessar,
derrota de quem a pensa encontrar,
derrota, até de nela me ver.
Sei igualmente o muito que perco
ao me perder em mim.
Sei realmente que o muito que posso perder
faz parte, mas de outra ordem,
ao muito que posso ganhar.
Mas não sei eu, e aposto que não sabe muitos,
quanto deveremos nós ganhar?
quanto deveremos nós perder?
Equilibrar, aniquilar?
Ser infinitamente uma coisa
ou infinitamente coisa nenhuma.
Quando penso que único desejaria ser,
uma solidão invade o vazio.
Mas se acompanhado me vejo,
de seguida, só me repleto.
Nunca dois extremos se juntaram,
nunca nada virou se não em tudo,
nunca viverei a primeira vez.
Afogado, minha alma me fez.
Quererei a verdade numa resposta
ou apenas minha dor mascarar.
Insurgindo montes de nada
contra nadas de tudo.
Vejo e desprezo
tentado eu, que me desconheço,
ser infinitamente algo que não eu.
Será de facto um mal
ou uma dor de olhos reflectindo sem pensar.
Serei em todos apenas um?
Serei realmente apenas eu?
Quão diferente me vejo e revejo
ao em nada me deslumbrar.
Até que de verdade, a verdade responde:
"Rostos pálidos e vazios,
sem gosto e alma
morram hoje comigo em ânsia de encontrar"
Viverei tentando conseguir
a paz que me falta ao acordar,
serei verdadeiramente capaz de me ver
ou hoje nem imagem vejo.
Por algum motivo nem capaz
da minha amplitude em ideias abandonar.
Sendo tudo o que hoje
por bem ou mal, nem imaginado ouso.
Verdade...sem definição...
...nada por mim acabará.
Verdade? Será em nada nem ninguém acreditar
e desse motivo, apenas continuar.
Verdade? Será em mim me reencontrar
e a luz...pela última vez apagar...
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