Alguém rouba-nos, deixa como bilhete, ao lado da arronbada porta, o fatidíco, "Roubei-te". Então, olhamos para dentro e vemos tudo aparentemente igual, mesas no sítio, dinheiro escondido, preciosidades limpas, roupa no armário, enfim, tudo igual, como se nada tivesse passado, igual à última vez em que verdadeiramente as vimos, as pensamos.
Mas aquele bilhete, aquela parte, aquela sensação, quem ousaria ter levado, o que faltava? Já não era o quem nem o quê, mas como, porquê? Algo, não todos os valores que havia, nem os dispensáveis, um mísero papel no lixo, nada. Teria sido, em vez de tirado, posto? Não, tudo igual. Medo, inquietação, juntou-se talvez isso. Entre tudo o que poderiam tirar, nada era pior.
Sem solução, nada aparentava ser diferente, mas havia aquele bilhete...
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